FACULDADE ATENAS MARANHENSE- FAMA
CURSO DE LERAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
EDWILSON BEZERRA COSTA
UM ESTUDO SEMÂNTICO/LEXICAL DA LINGUAGEM DA
POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO
São Luís,
2013
EDWILSON BEZERRA COSTA
UM ESTUDO SEMÂNTICO/LEXICAL DA LINGUAGEM DA
POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO
Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Letras da
Faculdade Atenas Maranhense, como requisito para a elaboração do trabalho de
conclusão de curso.
Orientadora: Profª. Zuleica de Sousa Barros
São
Luís
2013
1.
CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A natureza desta pesquisa
constitui-se no exercício de analisar a língua de especialidade da Polícia
Militar do Maranhão, compreender os termos específicos dessa variação intrínseca
e social, saber o porquê de usar uma linguagem técnica dentro do comando
militar e, principalmente, investigar se essa linguagem é usada por todos os
departamentos do comando militar.
1.1 Tema
Um estudo semântico/lexical da linguagem da Polícia Militar do Maranhão.
1.2 Problema
Percebe-se que a variação
lexical sempre foi inerente a Polícia Militar, isto é, própria, da comunidade,
principalmente ao relacionamento entre indivíduos, pois se trata de uma língua
viva, que a cada momento renova-se e amplia-se, tanto como unidades lexicais
mais gerais, conhecidas pela maioria dos falantes, como com unidades mais específicas
a um domínio.
A partir dessas ideias
questiona-se: existe uma língua de especialidade na Polícia Militar? Há termos
e estrutura de língua comum presentes na linguagem da Polícia Militar? Há
variação na linguagem dos policiais militares?
1.3 Hipóteses
·
Existe
língua de especialidade na Polícia Militar do Maranhão.
·
É
possível verificar uma variação linguística na linguagem utilizada pela Polícia
Militar do Maranhão.
2. OBJETIVOS
2.1.Geral
·
Conhecer a língua de especialidade da Polícia
Militar do Maranhão, analisando a estrutura e os termos que a compõem, por meio
da elaboração de um glossário sistemático.
2.2 Específicos
·
Identificar a língua de especialidade presente
na Polícia Militar do Maranhão;
·
Analisar a estrutura e os termos da língua de
especialidade da Polícia Militar do Maranhão;
·
Conhecer a variação terminológica da Polícia
Militar do Maranhão;
·
Elaborar um glossário sistemático.
2.3 Justificativa
O léxico da língua portuguesa, como de toda língua viva, está sempre
sofrendo variações, seja por meio de construções de palavras da própria língua,
atribuições de novos significados ou importação[1]. Porquanto,
para incorporação de palavras novas, o léxico tem que dispor da construção de
outras palavras da língua ou de novos significados.
Logo, a presente comunicação vai ater-se a língua de especialidade, da
Policia Militar do Maranhão, analisando a sua especificidade, portando como
objeto de estudo os termos técnicos científico dessa organização social e militar.
O projeto surgiu a partir de uma
inquietação particular, em querer saber o porquê do uso de uma linguagem
específica no meio da polícia militar, mais precisamente, do Policiamento ostensivo[2],
por ser uma policia que está diretamente ligada a sociedade.
O projeto servirá como fonte de pesquisa para todo e qualquer estudante
que procure analisar ou obter algum resultado sobre a língua de especialidade
da Polícia Militar do Maranhão, a partir de um glossário sistemático para
estudos afins, demarcando o seu objeto de estudo, o termo técnico científico, como
fator crucial dessa linguagem intrínseca e social, onde a pesquisa procurará
investigar, até que ponto, essa linguagem poderá contribuir para a segurança da
sociedade. Se é que contribui.
Como tal, faz sentido falar do léxico e, explicar as diferenças
existentes entre um simples vocábulo e um termo técnico científico. Pois,
léxico não significa somente um conjunto factual e verdadeiro de um registro
linguístico, isto é, de simples palavras encontradas em um dicionário; não, o
léxico vai além, como conjunto virtual de todas as palavras de uma língua, ou
seja, de todas as palavras da língua, criadas por processo de derivação, composição,
aglutinação, justa posição, onomatopeias, hibridismo ou por processos de
criação neológica, semântica, à medida que esses processos passam a dar origem
a novas palavras ou novos sentidos a palavras já existentes na língua, formando
o léxico da Língua portuguesa.
Quem declara o assunto é Correia (2012), “afirmando, que uma
das características universais da linguagem humana é a mudança, e que a
ausência da evolução da língua pode significar a sua morte”. Almeida (2012),
reafirmar que o léxico é um repertório de todas as unidades, isto é, de todas
as palavras, atestadas, arcaicas e aquelas que chamamos de novíssima.
Observa-se que ambos os autores trabalham com a visão voltada
ao repertório das palavras, afirmando que o léxico é vivo e constituído como um
deposito de palavras da língua, pois a característica da linguagem universal é
a inovação de termos, como a palavra plástico mania, criado somente para
designar a mania que as pessoas têm de colocar tudo em sacolas ou sacos
plásticos. Esse termo é um neologismo, ou seja, capacidade natural de renovar
ou criar uma palavra a partir de um termo já existente, porém trata-se de um
termo “isolado”, pois nem todos os neologismos vão ser registrados nos
dicionários gerais da língua, tornando-se mera necessidade de comunicação, que
como tal, têm tendência a desaparecer tão depressa como surgiu.
Correia (2012) sustenta que a neologia traduz a capacidade
natural de renovação do léxico de uma língua pela criação e incorporação de
unidades novas, os neologismos. E que a neologia é a entidade, ainda, como o
estudo (observação, registro, descrição e análise) dos neologismos que vão
surgindo na língua. Assim sendo, o neologismo tem que surgir por uma
necessidade, para realmente mais tarde tornar-se estável, com perspectivas
favoráveis de fixar-se no acervo lexical.
Então, percebe-se que o neologismo é a renovação ou criação
de uma unidade lexical por outra já existente na língua, porém para que,
realmente torne-se parte constitutiva da língua é preciso que seja estável,
fixando-se no acervo lexical e que não se constitua de um simples modismo, isto
é, um termo isolado.
As palavras mudam,
outras caem em desuso, tornando-se arcaicas para uns e para outros não. Pois,
uma palavra pode ser nova para um grupo, enquanto que, para outro pode ser
arcaica, tornando-se uma espécie de patrimônio lexical, reutilizada quando
necessária e que carece ser preservada em dicionários gerais da língua, ou
dicionários históricos, pois fazem parte da identidade de um povo.
Como tal faz sentido falar da inovação lexical, no entanto,
não será possível, retratá-la de forma mais abrangente, pois o foco macro deste
projeto de pesquisa é a análise da língua de especialidade da PMMA e, a
produção de um glossário sistemático para estudos técnico científicos na área
de língua de especialidade.
3.
REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Língua
e léxico: considerações sobre a renovação lexical.
Aprendemos desde
criança a entender, usar e criar símbolos, e a partir deles registrar nossas
experiências e comunicá-las a outras pessoas, por meio do léxico. Com isso, podemos entender a língua como um
produto social, que se internaliza na mente de cada indivíduo, de uma
determinada comunidade ou de um determinado grupo, tornando-se um fator
indissociável.
A fala por sua vez, é um ato individual da
linguagem, sujeita a mudanças por meio de fatores linguísticos como, processos
fônicos, morfológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos, e de fatores
extralinguísticos que causam a mudança na fala, como a localidade, idade, sexo,
região e tantos outros. Já o termo linguagem visto de forma geral, significa
toda forma de comunicação, seja por gesto, linguagem oral ou por signos.
BAGNO (2003,
p.16-17) afirma que “a língua é parte constitutiva da identidade individual e
social de cada ser humano - em boa medida, nós somos a língua que falamos”.
Portanto, se somos a língua, é natural que ocorra transformações, seja por processos
semânticos, construção de palavras ou por importação de uma unidade de outra
língua.
Várias
perspectivas de análise linguística referem-se ao estudo da palavra, portanto
faz-se necessário estudá-la como unidade básica do léxico, de forma científica,
porém, para que haja uma compreensão da palavra, como unidade de fala, faz-se
necessário o estudo dos termos: linguagem e léxico.
Tratando-se do
léxico, SAPIR (apud SERRA, p. 76), afirma que este é um “conjunto de símbolos
referentes ao quadro cultural de um grupo”. Fazendo-se entender que as palavras
tem o poder de identificar a identidade sociocultural de uma determinada
comunidade ou de um determinado grupo de falante, que aqui, nesta pesquisa, tratar-se-á
da linguagem da PM.
Por sua vez,
Alves (2007), explica que o léxico da língua portuguesa, como de toda língua é
viva e renova-se constantemente. No entanto, esclarece que as de origem latina
acompanham a história dessa língua desde a fase arcaica do português, e que
ainda são usadas pelos falantes contemporâneos. Como exemplo cita o substantivo
administração (< administrat >,
õnis > “ação de prestar ajuda,
execução, administração, gestão, direção”), registrado no português desde o
século XVI, que ainda é amplamente usado no português contemporâneo.
Câmara Jr.
(1975) em História e Estrutura da Língua
Portuguesa, assevera que ao longo do século o português vem ampliando o seu
léxico, tanto com unidades lexicais mais gerais conhecidas pela maioria dos
falantes, como as de especialidade, dominada por um determinado grupo. Como
usuário, imagina-se que a língua é estática, homogênea, que não sofre mudanças,
nem alterações. Entretanto, na linguagem tudo pode mudar seja, a morfologia, o
léxico, a sintaxe e a fonologia. E, dessa forma, “a cada instante, a linguagem
implica ao mesmo tempo um sistema estabelecido e uma evolução: a cada momento
ela é uma instituição atual e um produto do passado”. (CARVALHO, 2003, p. 16).
Esse caráter
dinâmico e heterogêneo da língua acompanha os processos de mudança sociais e
históricos da sociedade. O desenvolvimento da indústria, da metalúrgica, do
ensino, da medicina e de tantos outros, processam constantemente a forma
crescente de um número de termos, pois toda língua precisa estar em constante
modificação e adequação, porque são inúmeros os contextos em que as palavras
são utilizadas por seus falantes.
Alves (2007), pergunta como os termos são
criados. Logo, exemplifica, afirmando que, além da criação de novas palavras
por meio de prefixos e sufixos, a renovação lexical nos domínios de
especialidade ou neologia terminológica segue os mesmos processos que presidem
a formação de palavras do léxico geral, não especializado; assim de maneira
análoga, explica que os neologismos da língua geral, assim como, os neologismos
terminológicos são formados pelos processos vernaculares, a partir da
composição, transferência semântica, da formação sintagmática, da redução e
pelo empréstimo de outros idiomas.
Segundo Alves
(2007), neologia é um processo de criação lexical que pode ser classificada em
fonológica, sintática e semântica.
Neologia fonológica - criação onomatopaica, formada pela
combinação de uma onomatopeia com morfemas nominais ou verbais de uma língua.
Ex.: zumbido/zumbir da onomatopeia zum-zum.
Neologia sintática – derivação
prefixal - criação de uma nova palavra por meio de um prefixo; sufixal – formação de uma nova palavra
por meio de um sufixo; composição por
aglutinação – perda de um fonema, na hora de aglutinar; e finalmente a
neologia sintática por justa posição – dar-se pela criação de uma nova palavra,
porém não há alteração fonética nos radicais.
Neologia semântica – quando o neologismo corresponde a
uma nova associação significado -significante. Portanto, trata-se de uma palavra
já existente adquirindo uma nova forma.
Através da
pesquisa de campo realizada para a elaboração do glossário sistematizado,
observou-se que não houve processos formadores neológicos por justa posição ou
por aglutinação, entretanto foram registrados termos de processo de derivação
prefixal, sufixal, neologia semântica e lexical.
·
Ex.:
Embusteiro – embuste + eiro = derivação sufixal.
Aviãozinho –
avião + Zinho = derivação sufixal.
·
Neologia
semântica – mudanças semânticas de uma unidade lexical em contextos e discurso
diferente.
Ex. Mentiroso
/ impostor – embusteiro.
Ex.: Mal
trajado / desarrumado – soldado mocoronga.
Ex.: Malandro
/ velhaco – meliante.
·
Neologismo
lexical – criação de uma palavra nova ou expressões a partir de outros
conceitos já existentes.
Bateu a catolé - o trinta e oito não disparou – expressão única para arma de fogo.
Voador –
policial lerdo.
Desta forma, o léxico de uma língua renova-se
constantemente, por ser viva e sujeita a transformações, e que esta por sua
vez, pode ser classificada como língua comum ou de especialidade, porém ambas
passam pelos mesmos processos de formação.
É sabido que o
léxico é um campo aberto e infinito, porém o falante não dá conta de usar ou de
conhecer todas as palavras que compõem o léxico, fazendo uso somente de uma
parte do acervo lexical - vocabulário.
Assim sendo,
Ferreira, (apud Dias, 1993 p. 109), afirma que, “a língua comum consiste em
todo e qualquer uso do signo verbal que foge a uma significação técnica ou
científica”, ou seja, a língua comum não tem um caráter específico, assim sendo,
não tem a função de especificar ou de restringir qualquer área científica ou
campo de saber, contudo, é uma linguagem usada no dia a dia dos falantes, como
processo comunicativo.
3.2 A terminologia e a língua de especialidade: algumas considerações
O termo
Terminologia possui vários sentidos: i) termo
técnico científico – que representa o conjunto das unidades lexicais
típicas de uma área científica, técnica ou tecnológica; ii) representação de um campo de estudo ou
disciplina. A Terminologia é uma disciplina que possui seu objeto
primordial de estudo, o termo técnico-científico, embora a fraseologia
especializada e a definição terminológica também integrem o horizonte da
pesquisa, é o termo técnico-científico que marca a identidade da área.
A Terminologia
possui dupla face, a de estudo e de aplicação. A área de estudo refere-se ao
termo técnico-científico, desenvolvimento teórico e análises descritivas; a
área de atuação refere-se às chamadas áreas de aplicações terminológicas, como
glossários, dicionários técnico-científicos, bancos de dados terminológicos e
os sistemas de recolhimentos automáticos de terminologias.
Assim sendo, ao longo dos anos, o processo
linguístico vem sofrendo modificações, principalmente por meio do
desenvolvimento intenso da ciência e da tecnologia do século XX, que fez surgir
novos domínios, chamado de vocábulo específico, que por sua vez recebe o nome
de língua de especialidade, por pertencer a um domínio próprio, específico de
um grupo. Se surgem novas unidades lexicais, são evidentes que outros vocábulos
vão caindo em desuso. Alves (2007), afirma que ao longo dos séculos, o
português vem ampliando seu léxico, tanto com unidades lexicais mais gerais,
conhecidas pela maioria dos falantes, como com unidades mais específicas a um
domínio.
As unidades
específicas recebem várias definições, como língua
científica - ligada a campo de saber, de investigação, fundados nas
relações objetivas verificáveis, como é o caso da Física, Matemática, Química e
Ciências; língua técnica – própria do
campo de experiência, que se aplicam conhecimentos teóricos; língua profissional ou de ofício – que
dão conta do campo de experiência relativa a ocupações de caráter manual ou
mecânico; e língua de especialidade –
sendo a mais usada dentro do ensino das línguas, para restringir, separar,
especificar conhecimentos científicos e técnicos.
Como unidade
lexical de especialidade pode-se citar como exemplo, os termos - Catita – lugar de tráfico de drogas, Caserna
– quartel e Muxiba –policial lerdo; esses
termos são formados por empréstimos semânticos lexical, que se originam da
própria língua, passando a adquiri um significado específico, ao ser empregado
a um determinado domínio.
Dessa forma, o uso de termos técnicos é de
suma importância para a precisão de conceitos dentro da comunicação
profissional, porquanto, se sabe que alguns termos podem ser tanto monossêmico
quanto polissêmico; como exemplo do primeiro tem-se o termo Art. 16 – que significa usuário de drogas. E do segundo o termo rancho - que dependendo do contexto pode
significar fazenda, cabana, refeitório,
porém, para a Polícia Militar, o significado é unívoco – lugar onde se realiza refeições. Faulstich
(1995), afirma que os fenômenos variáveis ocorrem no sistema interno da língua,
por meio de variação regular intrínseca, em favor de uma interpretação
variacionista especializada. Explica
ainda que o termo sofre variações, por ser uma língua viva, heterogênea e
social, e que a sua não evolução pode ocasionar a sua morte.
As variantes são resultados dos
diferentes usos que a comunidade, em sua diversidade social, linguística e
geográfica, faz do termo. E ainda, que para descrever terminologias em variação
é necessário ter em conta qual é o padrão de língua que está sendo considerado
(FAULSTCHI, 1995, p. 28).
Partindo desse
entendimento, percebe-se que a variação terminológica é algo presente no
Comando Militar. Assim sendo, a linguagem de um policial burocrático não é
igual de um policial ostensivo, pois o policial de gabinete atua em um ambiente
mais reservado, formado por livros, documentos e pessoas com grau de
escolaridade alto e, por sua vez, fica em contato com uma linguagem mais
monitorada e prestigiada socialmente. O policial ostensivo já não possui essa
variedade mais monitorada, por estar envolvido em uma cultura mais simples e
por fazer parte de um universo às vezes marginalizado.
Como exemplo
de uma linguagem técnica mais monitorada têm-se as palavras - Sargentiação – policial que organiza boletim diário – e Boletinista – policial que
libera a parte burocrática de um processo. Como exemplo da linguagem
técnica menos prestigiada, de uso da polícia ostensiva, têm-se - Labirinto – sequência de boca de fumo, e Bateu catolé – expressão usada quando uma arma de calibre trinta e
oito não dispara.
Essa linguagem
menos rebuscada pode, dentre outros fatores, ser explicada por existir uma
troca efetiva de termos entre polícia ostensiva e sistema carcerário, como por
exemplo, os termos Cabeça – drogas e Fritar – consumir crack,
que são de uso da linguagem carcerária, mas que estão presentes na linguagem da
polícia ostensiva. A mesma coisa acontece com os termos Art. 16 – usuário de drogas
e 171 – delito, que por sua vez, eram termos exclusivos dos policiais e,
que há tempos foram incorporados à linguagem dos presos. Esses casos acontecem
porque existe um contato direto entre polícia e bandido, presos e presídios,
advogados e meliantes, que acabam deixando passar termos de uso técnico,
fazendo acontecer uma troca de mão dupla.
Carvalho
(1973) afirma que a linguagem técnica compreende todas as entidades lexicais
que designam os movimentos, os processos, os objetos, quer como objeto de
conhecimento, quer como instrumento ou produto, e que essa linguagem técnica,
também abrange todos os conceitos, abstratos ou concretos, implicados nessa
atividade, quer sejam exclusivos delas, quer também partilhados por elas.
O autor ainda
afirma que essas entidades lexicais caracterizam-se de forma peculiar, técnica
e restrita na relação entre quem passa e quem recebe a mensagem, tornando-se um
conjunto realmente próprio de um domínio particular de um saber, de uma área,
de uma ciência, de um grupo, de uma comunidade ou de um campo de trabalho
“profissão”. A qualidade do funcionamento do léxico especializado tecnológico,
contratual faz com que, cada vez mais, a Terminologia assuma relevância na e
para a sociedade atual, pois suas normas estão intimamente relacionadas ao
desenvolvimento científico e tecnológico.
Assim,
observa-se que a Terminologia é um campo de estudo de caráter inter e
transdisciplinar, ou seja, realiza-se entre outros ou mais conhecimentos
internos ou externos, para tanto, faz-se necessário o estudo da Terminografia,
Lexicologia e Lexicográfica, pois, a proposta desta pesquisa é a elaboração de
um glossário sistemático, contendo os termos específicos da linguagem
intrínseca e social da PMMA.
Diante disso,
tem-se primeiro que analisar a Terminografia, que toma o termo como objeto de
descrição (significante) e aplicação (significado), definindo-o, o seu uso
profissional. Assim sendo, a Terminografia tem como objeto de estudo a
identificação e delimitação de conceitos próprios de uma arte, ciência, e por
sua vez designa cada um deles por um determinado vocábulo.
Já a
Lexicologia tem como objeto de estudo, o acervo científico do léxico, ou seja,
o estudo das palavras de uma língua. BIDERMAN (2001, p. 21) afirma “que o
objeto de estudo básico da Lexicologia é a palavra, a categorização lexical e a
sua estrutura”. Já o dicionário Houaiss (2001, p.32), explica que:
a Lexicologia é a
parte da linguística que estuda o vocábulo quanto ao seu significado, a sua
constituição mórfica, suas variações flexionais, sua classificação formal ou
semântico em relação a outros vocábulos da mesma língua, ou comparado com os de
outra língua, em perspectiva sincrônica ou diacrônica.
A
Lexicografia, por seu turno, é definida como a arte ou técnica de compor
dicionários e, tomando novamente a definição de HOUAISS (2001, p. 32), a
Lexicografia é o “estudo científico e analítico das técnicas de elaboração dos
dicionários, que trabalha com os princípios de seleção de vocabulários,
classificação dos vocábulos e definição e descrição dos vocábulos”. A partir
dessas questões, vale ressaltar que cada termo desses especificado no corpus
dessa pesquisa é importante para a análise da língua de especialidade da PM,
pois, sem o conhecimento do sistema lexical da língua, não se poderia examinar
e fazer um trabalho aplicado sobre o tema desta pesquisa, Um estudo semântico/lexical da linguagem da Polícia Militar do Maranhão.
4.
METODOLOGIA
3.1 Tipo de pesquisa
Este projeto consiste em uma pesquisa
explicativa, de campo e bibliográfica, que surge de uma necessidade
comprobatória de analisar a linguagem inerente da Polícia Militar do Maranhão –
PMMA, com o objetivo de saber se existe realmente uma língua de especialidade
e, se há variação linguistica entre a estrutura e os termos dessa linguagem
intrínseca e social. Assim sendo, este projeto toma como fonte de pesquisa o Comando
Geral da Polícia Militar do Maranhão, situado na Avenida Jerônimo de
Albuquerque S/N – Calhau, o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública
(CIOPS) - Vila Palmeira, e a delegacia de polícia, situado na Rua 203, Unidade
203, no Bairro da Cidade Operária, São Luís-MA.
3.2. Universo e amostra
O universo será
a linguagem inerente utilizada pela Polícia Militar do Maranhão, que usa como
comunicação entre si um registro sócio cultural linguístico próprio, capaz de
estabelecer comunicação entre os membros desse grupo. Assim sendo, Serão analisadas
várias formas de comunicação por meio de entrevistas feitas diretas ao Comando Geral
da Polícia Militar do Maranhão.
3.3. Instrumentos de coletas de dados
Os
instrumentos utilizados para a coleta de dados serão entrevistas realizadas
entre policiais e pesquisas bibliográficas que relatam a história da PMMA, que
servirão para análise desta pesquisa, de forma clara e objetiva, levando em
consideração os aspectos sociais, e a linguagem própria desse grupo.
5.
RECURSOS
RECURSOS
UTILIZADOS
|
||
RECURSOS
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ESPECIFICAÇÕES
|
VALOR
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Recursos humanos
|
Digitador
|
R$ 6,00
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Normalização
|
R$ 6,00
|
|
Impressão
|
R$ 7,50
|
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Gravação
de CD-R
|
R$ 2,50
|
|
Recursos materiais
|
Crédito
no celular
|
R$ 20,00
|
Internet
|
R$ 60,00
|
|
Aluguel
data show
|
R$ 100,00
|
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Encadernação
|
R$ 5,00
|
|
Xérox
|
R$ 3,00
|
|
Recursos financeiros
|
TOTAL
|
R$ 210,00
|
Nota:
Recurso utilizado para PROJETO com 15f.
6.
CRONOGRAMA
ATIVIDADES
|
04/2013
|
05/2013
|
06/2013
|
Pesquisa
bibliográfica
|
|||
Redação,
digitação e normalização do PROJETO
|
|||
Entrega
do PROJETO
|
|||
Defesa do
TCC
|
REFERENCIAS
ALVES,
Ieda. Maria. A renovação lexical nos
domínios de especialidade. Ciência e cultura. São Paulo, 2006. Disponível
em: http://tinyurl.com/644873k Acesso em 20 de novembro de 2012.
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Parábola, 2003.
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terminologia. São Paulo: EDUSP, 2004.
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CABRÉ.
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Teoria, metodologia, aplicaciones Barcelona, Editora Antártida/Empúreis, 1993.
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KRIEGER,
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Acesso em 20 de maio de 2013.
[1]
Segundo CORREIA, (2012, p. 68), o termo Importação é usado para designar a
inclusão de unidades importadas, normalmente, produzidos em sistemas
linguísticos distintos do nosso, e como tal, apresentam características formais
que, além de as tornarem opacas, são violadoras do sistema linguístico
importador.
[2] Polícia
militar que presta serviço à população pelo
Muito bom!
ResponderExcluirObrigado, querido! Faça parte deste blog.
ExcluirAbraço!!
Conhecer os termos e seus significados, é conhecer o mundo que nos rodeia. Este artigo sobre a Linguagem da Polícia Militar do Maranhão mostra isso.
ResponderExcluirUm professor de Português incrível.
ResponderExcluirQue nada! Incrível é você! Abraço e obrigado pelo comentário. Estarei, sempre, postando contos, crônicas, trabalhos científicos, manifestos e artigos. Haverá, também, questões acerca da nossa tão amada língua portuguesa. Visite sempre!!
ExcluirSeja bem-vindo!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE ai tio Edwilson sou eu Levi da Silva Evangelista do 6 ano Ágape.
ResponderExcluir