segunda-feira, 21 de maio de 2012

O que é a Usina Hidrelétrica de Belo Monte?

LAGO DE BELO MONTE– PROGRESSO OU DESASTRE AMBIENTAL?  
                   
                   A edificação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte construída no Rio Xingu, no Estado brasileiro do Pará, nas proximidades da cidade de Altamira, com inauguração prevista para fevereiro de 2015, tem sido alvo de grande discussão entre ambientalistas e governo.
O projeto surgiu há cerca de trinta anos no período da Ditadura Militar. Foi engavetado em 1989, sob pressão de grupos indígenas liderados pelo Cacique Raoni e pelo cantor Sting, ex-vocalista da banda “The Police”. (Jornal do Brasil de 29 de Abril de 2010). Porém, a ação não adiantou, pois o governo trouxe de volta a discussão do projeto.  
Este defende a importância da construção. Afirma que a elaboração da indústria trará segurança energética e desenvolvimento ao Brasil e que a usina produzirá energia necessária para dar continuidade ao processo de industrialização do país. Por outro lado, a Revista Política Ambiental  deixa claro que a construção, não só trará prejuízos ambientais terríveis ao meio ambiente, como também aos indígenas, pois no local, ainda, há aborígenes não-civilizados e que isso deve ser levado em consideração, pois há vidas em jogo. 
Por outro lado, não se pode ser hipócrita em afirmar que essa construção não trará benefícios, pois, se for construída, muitos indígenas não precisarão mais comprar combustíveis caro (em geral óleo Diesel) para movimentar geradores de energia, pois essa chegará as ocas ou casas através de linhas de transmissão. O lago, também, depois da construção, poderá ser utilizado pelas pessoas para criação de peixes. Isso de uma certa forma é importante, pois trará desenvolvimento à população da área,  porém, como para cada ação há uma reação,   a decocção de Belo Montes, infelizmente, inundará aldeias inteiras, que já existem há anos,  destruirá quilômetros de florestas, poderá atulhar cachoeiras, destruir reprodução de peixes e acabar com patrimônios históricos, como Pinturas Rupestres e ossos de dinossauros para sempre. Observa-se, então, que os pontos negativos superam os positivos.  Será que o Brasil precisa da construção de mais uma usina hidrelétrica? O país já possui uma matriz com 87 % de energia renovável, enquanto que a média mundial é de 19%. Essa posição do Brasil está assentada em 956 usinas hidrelétricas construídas ao longo do século XX que geram energia limpa e sustentável, escrevem Nivalde J. de Castro, professor da UFRJ e coordenador do Gesel – Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ, Guilherme de A. Dantas, Doutorando do Programa de Planejamento da Coppe/UFRJ e ´pesquisador-sênior do Gesel-UFRJ e André da Silva Leite, professor da UFFS (Campos Chapecó) e pesquisador-sênior do Gesel-UFRJ, em artigo publicado no jornal Valor, 03-01-2012.
Segundo a ONG WWF, a construção da hidrelétrica de Belo Monte poderia ser substituída pela repotencialização das usinas já existentes no país, pela redução do desperdício no sistema de distribuição elétrica, além de investimentos em fontes limpas de energia.
Entre os defensores está a chefia da Empresa de Pesquisa Energética. Segundo a empresa, a Usina de Belo Monte gerará um investimento 19 vezes maior do que o orçamento atual do Estado do Pará. A EPE defende a proposta das obras que, segundo estudos, atingirá um terço da área original a ser alagada. (http://pt.wikipedia.org).
O projeto da Usina de Belo Monte ainda é peculiar (entre aspas), porque pela primeira vez no Brasil, uma usina teve que levar em conta também a questão dos índios.

Edwilson Bezerra
Graduando em Letras pela FAMA
edwilson_bezerra@hotmail.com