sábado, 11 de abril de 2020

ANÁLISE DO CONTO A CARTEIRA - DE MACHADO DE ASSIS


ANÁLISE DO CONTO A CARTEIRA - DE MACHADO DE ASSIS
 O conto – A CARTEIRA – gira em torno do personagem Honório – um advogado de 34 anos - endividado e casado com dona Amélia – com quem tem uma filha de dois anos. Em casa, gosta de receber a visita do amigo Gustavo – que também é advogado.  Honório ficou endividado, porque começou a gastar tudo o que tinha com a família, mais precisamente, com a esposa – que sempre se dizia viver solitária e entediada.
 Diante desse contexto, decidiu pedir dinheiro a um agiota para pagar uma de suas dívidas. No caminho, encontrou uma carteira com dinheiro suficiente para quitar os quatrocentos e tantos mil reis que devia.    A partir desse momento, o leitor é convidado  a conhecer as inquietações que povoam a mente de Honório em devolver ou não  a carteira ao seu verdadeiro dono - Gustavo - seu amigo. 
Para entender isso, é preciso conhecer a origem do nome do protagonista e a sociedade daquela época, uma vez que na literatura isso tem muita importância. O nome Honório significa homem honrado - aquele que possui boa reputação - e de certa forma, condiz com o perfil do personagem, que se vê num dilema moral: entregar ou não a carteira ao amigo. No entanto, a sociedade de 1884 é a mesma de hoje - com exceção de algumas pessoas - cheia de criaturas vazias, hipócritas e solitárias que valorizam a aparência e a reputação superficial. “A traição que sempre foi condenada, se concretiza a portas fechadas - entre Gustavo e a esposa de Honório. 
Honório chega à sua casa, entrega à carteira ao amigo, porque o seu caráter o obrigava a fazer isso, porém vê que há algo errado.  Pensa que tem a ver com a situação, mas, na verdade, sua esposa o traia com Gustavo. Quando o protagonista está na cozinha, vê o amigo entregando à mulher um bilhetinho de amor. Essa pega, rapidamente, o papel da mão do amante e o rasga.  Observa-se aqui, a sordidez dessa mulher, que nas horas vagas, traia o marido com o melhor amigo. "Gustavo – o amigo da onça" – sabia da situação de Honório – apesar da narrativa mostrar o oposto. Por fim, é possível o leitor visualizar abismado a vitória do mal sobre o bem, pois foi por pouco que a verdade não veio à tona.
O conto, portanto, reflete a realidade, não só de uma sociedade pretérita, como também da contemporânea, uma vez que há aqueles que  valorizam mais a aparência e a reputação superficial ( como foi o caso da senhora Amélia) do que a honestidade e a simplicidade ( de um homem como Honório que - mesmo diante da situação difícil - decidiu devolver a carteira a Gustavo). 



Autor: professor Edwilson Bezerra
Graduado e Pós-graduado em Língua Portuguesa/Literatura

Um comentário:

  1. Boa tarde, queridos!
    Hoje, decidi postar não só o conto - A CARTEIRA - como também a sua análise. Todas as duas foram postadas com carinho.Espero que gostem! Deixem os seus comentários.Compartilhem também!
    Sem mais,
    forte abraço do professor e amigo - Edwilson Bezerra!

    ResponderExcluir